segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Pulsão

O termo pulsão designa, genericamente, o ato de impulsionar. A psicanálise o emprega para definir a carga energética que se encontra tanto na origem do movimento motor quanto do funcionamento psíquico. Por isto diz-se que a pulsão se encontra no limiar entre o somático e o psíquico.
Freud começou a empregar o termo em 1905 nos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Texto que gira em torno do tema da pulsão sexual e os caminhos que ela percorre na busca de satisfação.
A pulsão age como uma força [drang] constante que emana de uma fonte somática [quelle] sediada num órgão ou parte do corpo.
O estímulo pulsional se faz representar no inconsciente por uma idéia [vorstellung], ou por um afeto [affekt]. O termo vorstellung implica a idéia de que uma representação foi inscrita no sistema mnêmico, ao passo que affekt se refere ao registro psíquico que expressa de modo qualitativo a quantidade de energia pulsional.
A pulsão é da ordem da necessidade. Como um motor, ela imprime um quantum de força pressionando no sentido da sua finalidade, de seu objetivo, que é a sua satisfação, definida esta como a redução da tensão provocada pela drang.
Lacan nos lembra o caráter parcial da pulsão e de sua satisfação. Seu alvo consiste num retorno em circuito. A tensão é um fecho que circunda a zona erógena.
É mediada por um objeto que a pulsão atinge sua finalidade. Esse objeto de caráter transitório e variável pode ou não ser estranho ao próprio corpo. O objeto pulsional e a satisfação, ambos, são provisórios, pois que a satisfação nunca se completa, assim como o objeto queda sempre inadequado para atingir a plena satisfação.
O objeto de que se trata aqui é nada mais que um cavo, um vazio, em se coloca não importa que objeto, cuja natureza nós só podemos conhecer sob a forma de objeto perdido.

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