segunda-feira, 7 de junho de 2010

A lenda de Édipo

Todos nós conhecemos a lenda de Édipo e seus antecedentes que serviram de inspiração a Sófocles. Para abrir este assunto que versará sobre questões clínicas, escolhi relembrar o mito por considerá-lo o romance primordial do destino do homem que a clínica busca re-significar.

Laio, príncipe de Tebas, ainda criança, é exilado na Frigia, corte do rei Pélope, quando Tebas foi tomada pelos tiranos Anfião e Zeto, após a morte de seu pai Lábdaco, rei de Tebas, o qual fora morto por bacantes como ato de vingança à repressão imposta por ele ao tradicional culto a Dionísio.
Durante sua estada na Frigia, Laio enamora-se de Crisipo, filho de Pélope. Para viver seu amor, rapta Crisipo e foge para Tebas, pois pretendia recuperar o trono de seu pai.
Furioso, Pélope persegue-os. Crisipo, temendo a humilhação e a punição do pai, comete suicídio. O rei culpa Laio por ter perdido o filho primogênito e lança sobre ele uma maldição: se tivesse um filho, seria morto pelo próprio e sua descendência sofreria conseqüências trágicas.
Laio continua vivendo em Tebas, conhece Jocasta e se casa com ela. Após a morte dos tiranos Anfião e Zeto, Laio é chamado pelos cidadãos a assumir o trono. Assim consegue reconduzir a dinastia de seu pai ao poder.
Mas temendo a maldição, Laio tenta evitar ter filhos. Quando nasce o primogênito entrega a criança a um criado para que a abandone no Monte Citéron, depois de furar-lhe os pés.
O criado salva o bebê entregando-o a um pastor de ovelhas. Este o conduz a Corinto, onde é criado como filho adotivo pelo rei Pólipo e sua mulher Mérope, sendo batizado com o nome de Édipo, do grego Oidipous, que significa ‘pés inchados’.
Édipo cresce e ouve boatos de que não seria filho de seus pais. Quando atinge a maioridade, deixa Corinto em busca da verdade sobre sua ascendência. Procura Delfos para consultar o oráculo de Apolo. O deus lhe revela, de modo enigmático, que um dia ele mataria seu pai e se casaria com sua mãe.
Ante tal revelação estarrecedora, Édipo resolve ir embora de Corinto e jamais voltar, na vã tentativa de escapar da previsão.
Seguindo o cruso de seu destino, cruza por acaso com Laio, a quem não conhece. Eles brigam e Édipo o mata.
Entronado como rei de Tebas por ter decifrado o enigma da Esfinge, ao descobrir que acabou cometendo ambos os crimes, sem o saber, Édipo pune severamente a si mesmo cegando-se.

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