segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Deus como garantia do conhecimento

No dogmatismo da idade moderna inaugurado por Descartes, Deus é a garantia do poder se conhecer bem as coisas do mundo. O Discurso do Método constitui a pedra fundamental de uma revolução metodológica que traz conseqüências definitivas para a história do conhecimento. Expressa uma nova mentalidade – racionalista – dando surgimento à filosofia ocidental moderna.
O núcleo desta elaboração sobre a razão encontra ressonâncias no sistema filosófico de Sócrates e, particularmente, no pensamento de Platão.
Descartes coloca a questão do psiquismo humano no centro do interesse filosófico: exigência de construção de uma nova metodologia na qual o ser pensante torna-se senhor da natureza e de si mesmo.
A inovação de Descartes no campo do conhecimento reside na proposição dualística de sua dogmática, que revela a natureza da dualidade do homem, esta formada pela química de duas substâncias independentes – res cogitans e res extensa. A primeira, res cogitans, indestrutível, capacita em superioridade indubitável o pensamento, privilégio exclusivamente humano. Ao passo que res extensa, a matéria, está submetida às leis da necessidade e da dúvida.
Na busca do pensamento puro, o cogito vai encontrar a verdade além do mundo físico, e denuncia o fenômeno como pura aparência, ilusão, engano.
Vemos aqui do predomínio da razão sobre o dado sensível, do poderio do homem sobre a natureza, da capacidade de dominar-se a si mesmo.
A essencialidade incorpórea do espírito, em Descartes, se sustenta na filosofia de Platão: a alma é concebida como essência universal e imortal, detentora da verdade, governa o corpo, e dele se distingue. Portanto, conforme a perspectiva cartesiana, o psíquico funciona independentemente da vida material.

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