sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Amor e autoridade

Na primeira parte dos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, Freud aborda a supervalorização do objeto sexual. Apreciação que se estende por todo o corpo e atributos psicológicos. Enfim, a tudo que se associe a esse objeto amado.
A supervalorização, típica do envolvimento amoroso, contém certo grau de fetichismo. Na constituição dessa percepção parcial, entorpecida de apreciação, sobressaem os elementos reveladores das perfeições do ser amado, terreno preparado para frutificar a experiência da mais plena submissão.
A credulidade de amor é uma das mais importantes fontes de autoridade.
No que consiste a essência da fixação que preserva a fiel submissão de alguém a outrem?
Freud empregou a hipnose nos primórdios de seu interesse pela histeria, e foi o primeiro a examinar e problematizar a relação de submissão que se estabelece entre o hipnotizado e o hipnotizador.
A atmosfera monótona e mecânica que prevalece como condição do transe hipnótico evoca a magia. Durante o transe o paciente se prontifica a mais incondicional entrega à passividade e absoluta obediência ao hipnotizador. Por isto nos interrogamos sobre a natureza misteriosa da autoridade sugestiva.
A constatação a que chegamos é que só há um tipo de hipnose: aquela que coloca em suspenso as faculdades propriamente humanas, e abre caminho para aflorar a animalidade no homem.
Nas próximas postagens abordarei alguns aspectos contidos no conceito de pulsão.

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